terça-feira, 6 de agosto de 2013

Temos a mania insistente em bater na mesma tecla, na mesma porta, na mesma cara. Insistimos em coisas e em pessoas que sabemos que não renderão nada mais do que já renderam. Simplesmente por não ter nada a mais pra oferecer. Aquilo que a gente vê é realmente aquilo que é. E não vai deixar de ser só porque insistimos e desejamos o contrário. As vezes basta aceitarmos e tentarmos levar a vida com o que temos nas mãos.  Não criar expectativas. Principalmente se já naufragamos nesse barco uma, ou duas vezes. O fraco põe a culpa na onda, na maré, no próprio barco, em Deus. O sábio enxerga que basta apenas mudar a forma de navegar. Somos responsáveis pela expectativa que criamos dentro de nós em relação a todo o resto. E somos responsáveis se deixamos nossa felicidade nas mãos de outra pessoa.
Hoje eu cuido de mim. Sem precisar da opinião nem do afago de ninguém. Não significa que eu não queira mais buscar pessoas que tenham isso a oferecer... significa que eu cuido apenas de quem cuida de mim. Que eu poupo quem fez questão de me poupar, nem que seja uma vez, um dia, um momento.  Atendo quem me atende. E sofro apenas pelo que me dará retorno.
O fundo as vezes clareia tanto as coisas, mais, muito mais que a superfície. E levo comigo quem é disposto e confia em mim o suficiente pra se afogar. E se eu mudo hoje minha forma de navegar, mudo também a tripulação, escolhendo apenas aqueles que não têm medo de nadar.
Mas não precisam se preocupar... faz parte de mim ter bói
a e botes salva vidas pra todos, mas as vezes não passa da minha obrigação.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Operação tapa buracos.

Eu era parte de um plano. Parte da operação tapa buracos. Eu era uma compradora de bois, de galinhas e vacas. Uma descascadora de abacaxis. Chupadora de mangas. Fui guardiã dos seus ecos. Fui ouvidos, mãos e colo. Muitas vezes deixei minhas coisas de lado, meus segredos, minhas necessidades só pra estar por perto caso precisasse. O plano era me fazer amar e me fazer me apegar e dar o que eu tinha de melhor enquanto as coisas não voltavam ao seu normal. Pra rir depois? De novo? O que as pessoas ganham rindo das dores alheias?
Fazia parte do plano me deixar acreditar de novo que eu podia confiar em alguém? Eu aprendi que não. Aprendi que todo mundo quer te usar pra tapar algum buraco na vida. E que isso cansa. E que dói. E que sentir essa mesma dor de se decepcionar tantas e tantas vezes começa a te deixar um pouco dormente. Mas que por mais que tente você não endurece. Na verdade amadurece. E começa a entender que precisa deixar de depender tanto de amar. Depender de amor. Mendigar. De se fazer ver descartável. Ninguém se importa se você esburacou seu próprio coração, dia após dia, deixando que te torturassem, só pra tapar os buracos de outro coração. Quando as pessoas olham pra alguma estrada com o alfalto lisinho elas não pensam no pixe que tapou aqueles buracos. E já dizia o poeta: "Você começa a precisar de outros lugares, outras pessoas e bebidas mais fortes."

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Quem dera pudéssemos, como num passe de mágica, nos transformar naquilo que o outro gostaría que fôssemos. Quem dera pudéssemos dormir gordinho e acordar sarado. Dormir chato e acordar divertido.  Dormir sem saber fritar um ovo e acordar um chefe de cozinha. Quem dera pudéssemos ir pra cama com um amontoado de defeitos, já endurecidos pelo tempo e pela rotina estressante de dar conta de si mesmo, e acordar cheio de qualidades inspiradoras.
Quem dera.
Quem dera fôssemos capazes de pensar 3 vezes antes de dizer ou fazer besteiras. Tomamos atitudes impensadas, dizemos palavras que mantivemos em segredo e sentimentos escondidos aparecem ferindo o peito e o ouvido de quem estiver ao redor. Quem dera as pessoas fossem capazes de entender nosso momento de raiva. Nossa melancolia. Nosso grito. Nosso medo.
Quem dera.
Quem dera conseguíssemos dizer pro outro que, na verdade, acordamos todos os dias pretendendo ser melhor. Não apenas pro mundo, mas também pra nós mesmos. Que queremos tomar a decisão mais assertiva possível e mesmo assim, quase sempre, dá errado. Que se metemos os pés pelas mãos é apenas por não conseguirmos ser tão perfeitos quanto o outro esperava e merecia que fôssemos. Mas o que o outro precisa entender é que ninguém é perfeito... MESMO.  E digo mais: ninguém é tão perfeito que não possa ter um defeito (grave) escondido por baixo da tampa. E ninguém é tão defeituoso que não possa ter uma qualidade que o torne apaixonante. Somos humanos... por isso o sol nasce todo dia, pra que Deus possa nos dar uma segunda chance pra tentar ser melhor de novo. E errar. E tentar... até que o defeito empedrado vire um peso de papel sobre o passado.

"Viver pra ser melhor também é um jeito de levar a vida" | Charlie Brown JR.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O Tempo te espera. Seus sonhos não!


É muito estranho o poder que as palavras têm em nossa vida. Como o nome interfere nas pessoas e como os pensamentos atraem e/ou repelem os nossos desejos e até os desejos alheios - inveja, olho gordo, muitas vezes lançados na face de alguém, até querido, sem querer. Mas o mais engraçado é ver as peças do quebra-cabeça se encaixando, o capítulo final da novela ficando nas lembranças e perdendo sua importância, os merecedores sendo recompensados e o tempo - senhor da vida - mostrando, lentamente, que a mentira não se esconde por muito tempo. As vezes ficamos desesperados diante dos problemas e esquecemos de ter paciência e deixar que o tempo faça seu trabalho. Ele mostra. Ele conserta. Ele consola. Somos todos filhos do tempo. Porque não adianta querermos acelerá-lo, ou até mesmo atrasá-lo... ele te empurra ou te freia... se você avançar demais, ele te traz de volta pra que você tenha a chance de fazer corretamente. O tempo é Deus. É aquela força que não temos como provar ou duvidar. Ele simplesmente existe.
Quando a fase foi difícil para um... foi difícil pra todos.. cada um ao seu modo em seu caminho. Mas todos juntos. Hoje andando na rua olho para as pessoas e vejo que cada rosto é uma história... tão difícil de contar quanto a minha. Mas a maioria não desiste. A maior parte não se entrega nem se rebela. A maior parte acredita no poder do Tempo e na recompensa.
Depois de tanta tempestade, hoje claramente ví a maré baixando e a areia aparecendo. Já está quase na hora de colocar a esprequiçadeira com a sombrinha... beber uns bons drinks... e dar um mergulho com Iemanjá. Os bons sempre encontram alegrias e lições em tudo.. até na dor necessária que o Tempo é capaz de causar. Até na solidão que ele nos envia como companhia. Mas se pensarmos que, apesar de termos amigos em quem sabemos que podemos confiar, NÓS MESMOS é quem podemos tomar as decisões chaves. Mais ninguém. Sofremos muito juntos... mas é separados que receberemos o pagamento. E hoje é que entendi que essa semana foi decisiva: recebemos a primeira parcela do seguro opressão! As coisas começam a voltar ao normal porque soubemos aproveitar e refletir nesse Tempo. Penso que se Deus nos dá o Tempo certo e necessário pra recomeçar... e se Deus é o próprio Tempo... Logo Deus nos dá Ele mesmo pra que consigamos enfrentar a caminhada. Não adianta sentar no pé do morro, olhar pra cima e pensar: Fodeu! Quando se começa a subir... não percebemos o quanto é ingrime... os caminhos são leves e longos... mas não impossíveis como vistos debaixo. E quando se entende isso e começa-se, passo a passo, a subir o morro... encontramos os que amamos e papeando o topo chega bem mais rápido!
As regras certas desse jogo eu não sei.. mas aprendi duas coisas que me fizeram muita diferença:
a primeira é que tentar esconder os erros com mais mentiras é a mesma coisa que tentar se enxugar com uma toalha ensopada. E a segunda é que o Tempo te espera, mas seus sonhos NÃO.


#recomeçarsempre