sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Minha aquarela


Então pronto. Era o meu verdadeiro "eu" batendo de frente com o "eu" dele. Ah, claro que eu me assustei. Não era assim que eu o via. Descobri que eu o pintava de todas as cores quentes e vivas, quando, na realidade, ELE SE pintou com cores frias e monótonas. As vezes cinza. As vezes bege. E nunca fez questão de mudar de cor feito camaleão. Não. O grande problema é que eu não sou parente de Pablo Picasso ou Salvador Dali. Não nascí pra ficar colorindo pessoas. Eu as olho, se me interessar pelas cores, compro. Do contrário, vou visitar outras galerias. Mas confesso que tenho essa "mania" de ver só o que quero. Talvez porque me seja conveniente. Mas não é saudável, isso é fato, já que uma hora ou outra a obra prima realista vira abstrata e a gente passa a não saber mais qual é a tela que escolhemos. Não quero mais pintar os outros. Não quero me desapontar depois. Nem todas as pessoas que estão conosco são obras de arte. A gente é que precisa aprender a deixar a tela como tá. Porque quase sempre a tela só ganha um certo prestígio quando seu autor já não está mais por perto.
E perto de mim só há pessoas vermelhas, alaranjadas, amarelas e verdes-limão. Porque hoje guardei minha aquarela e meus pincéis na gaveta. E tranquei.


E viva o SUrrealismo!!!!


"...Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver

o que virá.

O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.

Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela

que um dia enfim... descolorirá!"

Um comentário:

  1. Tem gente que nem faz questão de se dar uma cor, olha pra gente esperando um pincelada, um brilho a mais. Aí a gente pinta mesmo, imagina, faz do jeito que quer, a tinta seca, a pintura fica.
    Só que as vezes a tinta é ruim, vai descascando, perdendo o brilho de antes e o cheiro de novo.

    Gostei bastante, Lets.

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