Chupa essa manga

Voilà! Eu também tenho defeitos. Muitas vezes eu fecho a matraca e só assisto as coisas acontecerem só pra não ter que me expôr e estragar a brincadeira. Mas é assim que eu sou. Meus defeitos infelizmente são grande, pesados e difíceis de carregar. E coisas assim a gente não consegue guardar por muito tempo... transborda. Sou feita de mil pedaços que ainda não se encaixam. Estou crescendo. Evoluindo. E se vocês não tiverem a paciência de procurar entender ou só ouvir, acabarei piorando a situação. Sou composta por urgências como dizia Clarice Lispector. Vivo numa inquietude que nem eu me aguento. Teimosa. Cabeça dura. Cheia de razão. Mas sempre dou espaço para novas visões de um problema e novas soluções. Por mais que eu esteja certa na minha concepção, não vou precisar ofender ninguém para provar isso. Não precisa apontar meus defeitos. Sei bem deles e procuro trabalhá-los. Mas eles também fazem o que eu sou e na maioria das vezes são eles que me evoluem. Quando a ferida arde eu aguento. Porque é a dor que me dá a certeza de que estou viva e pronta pra quantas feridas vierem. Peço mil desculpas se meus defeitos afetaram os corações de alguns, mas eu preciso ser honesta comigo mesma e com meus sentimentos pra poder caminhar. Não quero que vocês se sintam obrigados a tolerar. Mas eu vou. Vou tolerar os seus e os meus porque, como escreveu Ailin Aleixo, a vida pra mim é como se deliciar com uma manga: o prazer é diretamente proporcional à lambança e ao tempo que se demora pra tirar os fiapos. E daí se mancha? Tudo na vida tem seu preço!