Uma eterna paixão...

Eu e minha paixão pelos livros. Principalmente os grandes. Os antigos. Aqueles que me fazem espirrar bastante o dia todo. Isso me apaixona.
Sou capaz de ficar o dia inteiro lendo, só parando pra tomar banho. Deixando os farelos de biscoito cair por entre as páginas, não atender o celular e até perder o ponto em que ia descer do ônibus.

Uma vez levei um comigo numa viagem com a turma. Passei grande parte das férias lendo e quase comprei briga com uma prima por isso. Ninguém entendia que eu viajava (na maionese) e entrava nas histórias toda vez que lia sem parar.

São eles que nunca me deixam sozinha. Não me dão bolo. Não prometem ligar e sempre têm coisas interessantes pra me contar.

Uma vez me apaixonei por um certo José de Alencar. É que me encontrei no primeiro parágrafo da página 137 de 'Encarnação'.
Conheço algumas Aurélias, de 'Senhora' também do meu amado José de Alencar.
Tantas Capitus, de 'Dom Casmurro' do querido Machado de Assis.
Mas eu me ví Amália por um momento naquela página....

"Decerto, naquela moça travêssa, risonha, incrédula e leviana, que antes enchia de alegria as salas e os divertimentos, ninguém pensaria encontrar um ano depois a mulher dominada pela paixão mais sublime, e capaz de um heroísmo de amor raro na vida ordinária."

Uma vez me disseram que livros eram bobagem. Que internet era muito mais rápido e eficaz. O engraçado é que quem me disse tamanha abobrinha escreve "aumenos" e diz "desamontar". Não estou criticando, mas é que vejo internet como meio de comunicação. E quase somente isso (o que me dizem sobre orkut, msn, twiter e cia).

Tudo o que sei e aprendi foram nos livros. Muitas vezes amarelados e empoeirados. Efiados nas estantes do vovô. Foi com eles que tomei paixão por escrever. Sobre mim, sobre todos, sobre tudo. Foi lendo que aprendi a escrever "necessidade", "meteorologia" e que a palavra "órgão" tem dois acentos. Mas agora vêm a reforma ortográfica. E eu sei que logo logo não saberei mais nada. Também escreverei errado. E ainda vou teimar que é certo.
Continuo com meus bons e velhos amigos. Companheiros do pré-sono. Regados com caixas de lenços e rolos de papel higiênico.

E se espirrar por ai, saúde!